quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Trump diz que relatório russo é falso e pago por oponentes

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar nesta quarta-feira (11) a divulgação de um suposto documento que mostra que o serviço de inteligência russo tem informações comprometedoras contra ele. O republicano afirma que o relatório é falso, se diz perseguido e pergunta: "Estamos vivendo na Alemanha nazista?"
Segundo o texto, agentes russos disseram possuir informações sobre atividades sexuais "pervertidas" de Trump em Moscou, que seriam suficientes para chantageá-lo. O documento também indica que havia troca de informações entre o republicano e a Rússia durante a eleição presidencial, principalmente sobre o Partido Democrata e a adversária Hillary Clinton.
O conteúdo do suposto relatório foi divulgado pela imprensa americana, que não conseguiu confirmar sua veracidade.
Rússia negou nesta quarta ter informações comprometedoras sobre Trump. O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dimitry Peskov, que afirmou que estas alegações pretendem "minar as relações bilaterais" entre Washington e Moscou.
“Rússia disse que o não verificado documento pago por oponentes políticos é 'uma completa e total fabricação, totalmente sem sentido', afirmou Trump em sua página no Twitter.
“A Rússia nunca tentou usar sua influência sobre mim. Eu não tenho nada a ver com a Rússia: acordos, empréstimos, nada”, completou.
“Eu ganhei uma eleição com facilidade, um grande 'movimento' verificável e os oponentes tentam minimizar nossa vitória com NOTÍCIAS FALSAS. Que lamentável!"
“As agências de inteligência nunca deveriam ter permitido que esta falsa notícia 'escapasse' para o público. Um último tiro em mim. Estamos vivendo na Alemanha nazista?”, questionou.

Relatório

O texto indica que os russos têm vídeos do presidente eleito em orgias com prostitutas em hotéis na capital russa. As farras eram organizadas pelo serviço russo durante as constantes visitas de Trump ao país. Para atraí-lo para fazer essas viagens, eram oferecidos negócios relacionados especialmente à Copa do Mundo de 2018, embora o presidente eleito tenha rejeitado.
O documento indica também que Trump e seus assessores aceitavam regularmente informações coletadas pelo Kremlin, inclusive sobre o Partido Democrata e outros rivais políticos.
Segundo o relatório, o serviço de inteligência russo coletou por anos informações comprometedoras de Hillary Clinton, por meio de chamadas telefônicas interceptadas e conversas que ela teve em visitas à Rússia, controladas por um subordinado direto ao presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo a rede CNN, um resumo dessas informações foi anexado ao relatório sobre a interferência russa na eleição de 2016, que foi apresentado a Trump por quatro chefes do serviço de inteligência americano na semana passada. O FBI está investigando a credibilidade e a precisão dessas alegações, que são baseadas primariamente em informações de fontes russas.
A sinopse foi incluída para demonstrar que a Rússia compilou informações potencialmente prejudiciais aos dois partidos políticos principais dos EUA, mas só divulgou informações negativas de Hillary Clinton e dos democratas.
A emissora afirma que tentou falar com integrantes da equipe de transição de Trump, mas eles não quiseram comentar.
O Buzzfeed afirmou que o documento tem circulado entre funcionários do governo, agentes de inteligência e jornalistas há semanas e que as informações não são verificadas. O site também divulgou uma cópia do relatório.

Temer diz que facções criminosas têm regras 'fora do Estado' e preocupam nação

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (11), ao comentar a crise no sistema penitenciário, que facções criminosas no país têm regras e códigos próprios. Para ele, a crise nos presídios é uma questão que ultrapassa a área da segurança pública para "preocupar a nação como um todo".
Em meio a uma crise no sistema penitenciário do país, especialmente na região no Norte, Manaus registrou a morte de cerca de 60 presos na semana passada, durante rebeliões em presídios. Já em Roraima, mais de 30 presidiários foram mortos em outro massacre.
"A União também passou a interessar-se muito mais sobre essa matéria, porque essas organizações criminosas, como o PCC e a Família do Norte etc, constituem-se quase numa regra jurídica, numa regra de direito fora do Estado. Veja que eles têm até preceitos próprios", afirmou o presidente.
"E, para surpresa nossa, até quando fazem aquela pavorosa matança, o fazem baseado em códigos próprios. Então essa é uma questão que ultrapassa os limites da segurança para preocupar a nação como um todo", complementou Temer, ao falar sobre o massacre de Manaus.
De acordo com o governo amazonense, os mortos no massacre da última semana em Manaus são integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e presos condenados por estupro. O estado atribui a responsabilidade da rebelião à facção rival Família do Norte (FDN).
No discurso, Temer ressaltou que a segurança pública não é de responsabilidade exclusiva do governo federal, mas disse que, diante da situação de crise que se instaurou nos presídios e da crise financeira em todo o país, a União tem de ajudar os estados em relação às penitenciárias.
“Volto a dizer que, embora a segurança pública não seja exatamente uma matéria que cabe à União Federal no seu todo, cabe apenas aquela referente às competências da Polícia Federal estabelecidas na Constituição, o fato é que temos que auxiliar os estados principalmente na questão penitenciária”, afirmou.

Construção de presídios

Para o presidente, a realidade atual vivida pelo país no momento “exige” a construção de novos presídios. Ao comentar a superlotação enfrentada em diversas prisões, Temer disse que as condições enfrentadas pelos presidiários são "desumanas".
“No momento a realidade que hoje vivemos exige a construção de presídios. Quando menos seja, para retirar também as condições, convenhamos, desumanas em que os presos se acham. Há presídios em que cabem 600 pessoas e estão com 1,6 mil pessoas”, declarou Temer.

Repasses

Em dezembro, o governo federal liberou o repasse de R$ 1,2 bilhão aos estados para a construção de penitenciárias e modernização do sistema penitenciário.
Segundo o Ministério da Justiça, cada unidade da federação vai receber cerca de R$ 45 milhões. Os únicos estados que não terão direito ao dinheiro extra são Bahia e Ceará, que não têm fundos penitenciários.
Além disso, o plano nacional de segurança anunciado pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, na semana passada inclui a construção de mais cinco presídios federais em diferentes estados ao custo de R$ 200 milhões.

Após massacre, 17 presos devem ser transferidos do Compaj em Manaus

Dezessete presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, devem ser transferidos para presídios federais, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). No primeiro dia do ano, 56 detentos foram assassinados em um massacre.
A Rede Amazônica registrou o momento em que diversos carros de polícia e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária passaram pela barreira na BR-174 (Manaus/Boa Vista), principal acesso à unidade prisional.
A rebelião que aconteceu no Compaj durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional" do Estado. Foram 56 presos mortos no 1º deste ano. Na tarde de segunda (2), outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus. Uma semana depois, um novo motim matou mais quatro presos na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.

Ao todo, 184 presos conseguiram fugir de cadeias na capital, 73 foram localizados, segundo o último balanço divulgado na terça-feira (10).
Até o dia 3, a polícia do Amazonas havia apontado sete presos como líderes do massacre. Documentos o Ministério Público Federal (MPF) dizem que estes líderes têm estreita relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.

Segundo o MPF, os traficantes brasileiros teriam comprado pistolas, fuzis e submetralhadoras do mesmo fornecedor de armas do grupo de guerrilha colombiano.Diversos relatórios elaborados antes da rebelião já apontavam risco iminente no presídio de Manaus. Um texto do setor de inteligência da Secretaria de Segurança alertava para um plano de fuga no regime fechado do Compaj. Além disso, apontava que oito armas de fogo tinham entrado no presídio na semana anterior ao Natal por meio de visitantes e com o ajuda de agentes.
Documentos emitidos pela administradora do presídio, a Umanizzare, alertava para o risco de se permitir visitas no fum do ano aos presos. O governo estadual havia permitido que cada um dos mais de 1,2 mil presos pudessem receber ao menos um acompanhante no Natal e no Ano Novo. No dia 27 de dezembro, quatro dias antes da rebelião, a empresa ainda pediu providências imediatas porque, no dia 24, com autorização da secretaria do governo, os horários de visitas não foram respeitados, o que prejudicou a revista de celas e a contagem de presos.
O secretário justificou a autorização, dizendo que se tratava de 'humanização'.

La la land' tem bela autocelebração de Hollywood e 'melhor casal'

Você não gosta de musical, tem preconceito mesmo, acha bizarro aquela gente que, do nada, sai cantando no meio do filme e dançando coreografias com sorriso de propaganda e aí, justamente por isso, vai desprezar “La la land: Cantando estações”? Azar o seu. Mesmo quem não gosta do gênero terá de reconhecer que isso aqui vale a pena. Até porque será preciso toda a má vontade do mundo para não torcer pelo casal formado pelo Ryan Gosling e pela Emma Stone.
Assista, acima, ao trailer de 'La la land: Cantando estações'.
Cantando, eles nem são tudo isso. Mas pode apostar que os dois redefiniram o clichê de que “rolou uma química”. Subiram o nível. Não se sinta mal se, no fim de tudo, estiver torcendo para a vida imitar a arte e os astros repetirem fora da ficção aquele entendimento todo.
“Por que você diz ‘romântico’ como se fosse um palavrão?” A pergunta indignada feita pelo personagem do Ryan Gosling resume a ideia de “La la land”: uma tentativa bastante empenhada de redimir sentimentos e adjetivos usualmente considerados ridículos. Aqui, “nostálgico”, “ingênuo” e, sobretudo, “hollywoodiano” são indicativos de avaliação positiva e de dignidade – e não de imperfeição.
O plano parecia um equívoco: usar um gênero fora de moda (o musical) para celebrar a chamada “era de ouro de Hollywood” (preguiça) e, nas palavras do diretor e roteirista Damien Chazelle, retratar “sonhos” e “falar de paixão pela arte e paixão pelo amor, através da música e da dança”. Medo.
Mas “La la land”, apesar dos defeitos (detalhes a seguir), é bom. Justifica o status de campeão da atual temporada de premiações. Acabou de ganhar sete Globos de Ouro e é pré-favorito para o Oscar – embora existam concorrentes melhores. É uma autocelebração de Hollywood que não existe para agradar só quem vota nos prêmios de Hollywood.

Tanto falatório e estatueta fizeram o filme, que estava previsto para entrar em cartaz no Brasil em 19 de janeiro, ganhar sessões de pré-estreia a partir desta quinta-feira (12)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Temer cita 'necessidade imperiosa' e anuncia presídio federal no RS

Na manhã desta segunda-feira (9), o presidente da República, Michel Temer, anunciou que um dos cinco presídios federais previstos no Plano Nacional de Segurança será construído no Rio Grande do Sul. Antes da divulgação, Temer conversou com o governador gaúcho, José Ivo Sartori, a quem disse que caberá a definição do local onde será erguido a penitenciária federal.
Em seu discurso, o presidente lamentou o fato de a segurança pública estar em evidência “Espero que, daqui a 20 anos, quem esteja nesta tribuna, venha dizer: ‘olha, eu estou construindo só escolas, só postos de saúde, não estou construindo presídios’. Mas a realidade atual nos leva a necessidade imperiosa de construir presídios”, afirmou Temer.
A divulgação da construção do primeiro presídio federal no Rio Grande do Sul ocorreu durante a  cerimônia de entrega de 61 ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na cidade de Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O presidente citou, ainda, a Constituição Federal, que define que presos devem cumprir penas em penitenciárias de acordo com natureza do delito cometido, idade e do sexo, algo que não é cumprido no país.
“Estamos determinando aos estados que haja estabelecimentos distintos. Se ele cometeu crime de potencial ofensivo menor, vai para um estabelecimento prisional, se cometeu [crime] de potencial ofensivo muito mais violento, vai para outro estabelecimento”, declarou.
Presidente cita reformas
Em seu discurso, o presidente Michel Temer também voltou a afirmar que pretende fazer um governo reformista. No evento em Esteio, Temer citou as reformas da previdência, do ensino médio e que pretende realizar a reforma tributária.
O governador do Rio Grande do SulJosé Ivo Sartori, discursou antes de Temer. Em sua fala, Sartori afirmou para o colega do PMDB não se preocupar com a impopularidade. “Temos que fazer o que tem que ser feito“, disse o governador gaúcho. Temer aproveitou o gancho para abordar as medidas e reformas de seu governo.
“Hoje alguém falou aqui sobre popularidade. Hoje, eu posso dizer a vocês que nós temos 6, 7 meses [de governo]. Logo no começo, eu dizia ‘esse será um governo reformista’. Nós temos que fazer a contenção dos gastos públicos. Como na minha casa, eu não posso gastar mais do que aquilo que arrecado”, afirmou Michel Temer.
“Nós nos acostumamos com a ideia dos milhões e dos bilhões. Hoje nós temos um déficit de R$ 170 bilhões. Nós não nos incomodamos. Nós temos que nos incomodar. O nosso trabalho, ao longo do tempo, tem que ser o seguinte: nesses dois anos, vamos ver se tiramos ou diminuímos o déficit orçamentário. Temos que fazer o equilíbrio das contas públicas”, completou.
Sobre a previdência, disse que a reforma é necessária para o jovem de hoje receber sua aposentadoria no futuro. “A reforma da previdência já foi encaminhada ao Congresso Nacional e já ganhou admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça”.
Acerca da modernização da legislação trabalhista, Temer disse que “já está ajustada e vai de comum acordo para o Congresso Nacional”. Em seguida, emendou afirmando que “de igual maneira, a reforma do ensino médio”.
Temer adiantou também que outras reformas devem acontecer.  “Uma delas é a simplificação do sistema tributário. De modo que possamos atingir o postulado do pacto federativo de uma maneira que a todo o momento o estado  e o município  não tenham que comparecer à União de pires na mão”