Você não gosta de musical, tem preconceito mesmo, acha bizarro aquela gente que, do nada, sai cantando no meio do filme e dançando coreografias com sorriso de propaganda e aí, justamente por isso, vai desprezar “La la land: Cantando estações”? Azar o seu. Mesmo quem não gosta do gênero terá de reconhecer que isso aqui vale a pena. Até porque será preciso toda a má vontade do mundo para não torcer pelo casal formado pelo Ryan Gosling e pela Emma Stone.
Assista, acima, ao trailer de 'La la land: Cantando estações'.
Cantando, eles nem são tudo isso. Mas pode apostar que os dois redefiniram o clichê de que “rolou uma química”. Subiram o nível. Não se sinta mal se, no fim de tudo, estiver torcendo para a vida imitar a arte e os astros repetirem fora da ficção aquele entendimento todo.
“Por que você diz ‘romântico’ como se fosse um palavrão?” A pergunta indignada feita pelo personagem do Ryan Gosling resume a ideia de “La la land”: uma tentativa bastante empenhada de redimir sentimentos e adjetivos usualmente considerados ridículos. Aqui, “nostálgico”, “ingênuo” e, sobretudo, “hollywoodiano” são indicativos de avaliação positiva e de dignidade – e não de imperfeição.
O plano parecia um equívoco: usar um gênero fora de moda (o musical) para celebrar a chamada “era de ouro de Hollywood” (preguiça) e, nas palavras do diretor e roteirista Damien Chazelle, retratar “sonhos” e “falar de paixão pela arte e paixão pelo amor, através da música e da dança”. Medo.
Mas “La la land”, apesar dos defeitos (detalhes a seguir), é bom. Justifica o status de campeão da atual temporada de premiações. Acabou de ganhar sete Globos de Ouro e é pré-favorito para o Oscar – embora existam concorrentes melhores. É uma autocelebração de Hollywood que não existe para agradar só quem vota nos prêmios de Hollywood.
Tanto falatório e estatueta fizeram o filme, que estava previsto para entrar em cartaz no Brasil em 19 de janeiro, ganhar sessões de pré-estreia a partir desta quinta-feira (12)
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