A transferência de mais de 200 presos para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa - reativada para receber presos após o massacre de 56 detentos, mudou a rotina de moradores que residem nas imediações na unidade prisional centenária, localizada no Centro de Manaus. Os recentes motins geram insegurança, segundo relatos.
Uma semana após o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), a capital voltou a registrar assassinatos de internos. Foram quatro na madrugada de domingo (8) na Vidal Pessoa. Horas depois, uma confusão deixou sete feridos.
A dona de casa Maria Emília Pinheiro, de 64 anos, que reside na Avenida 7 de Setembro, relata o medo após a reativação da Cadeia Pública Raimundo Vidal e os conflitos registrados no local.
"Nos últimos dias, estamos com medo do que pode acontecer se houver uma rebelião ou confusão na cadeia. Antes de ser desativada, não tinha muita confusão. Estamos entrando em casa mais cedo, evitando sair de noite. Meu filho vende salgadinhos em frente a cadeia, sabemos que é um risco e ficamos preocupados. Pode ser que tenha confusão e acabe acontecendo alguma coisa com ele", comentou Maria Emília.
O desempregado Cláudio Marcos, de 37 anos, mora em frente à cadeia pública há mais de 30 anos, com dois filhos e a esposa. Desde o dia 2, a rotina da família mudou com a manutenção de presos. Ele disse temer fugas.
"Mudamos muito nossa rotina com medo de rebelião. Quando começou a confusão sábado e ontem, ficamos trancados em casa. Evitamos sair e ninguém tem saído para rua", relatou o morador.
Medo semelhante vive uma doceira, de 42 anos, que não quis ser identificada na reportagem. Ela contou que deixou de ir ao Centro de Manaus para fazer compras, como de costume. "A qualquer momento, pode ocorrer uma nova confusão, rebelião ou fuga. Nunca se sabe. Moro no Centro e costumo andar a pé para ir ao comércio. Agora, vivo apavorada. É assustador", disse.
"As pessoas aqui estão com receio de sair para o trabalho e outras com medo de assaltos", disse a dona de casa Ester Renata.
Medo semelhante vive uma doceira, de 42 anos, que não quis ser identificada na reportagem. Ela contou que deixou de ir ao Centro de Manaus para fazer compras, como de costume. "A qualquer momento, pode ocorrer uma nova confusão, rebelião ou fuga. Nunca se sabe. Moro no Centro e costumo andar a pé para ir ao comércio. Agora, vivo apavorada. É assustador", disse.
"As pessoas aqui estão com receio de sair para o trabalho e outras com medo de assaltos", disse a dona de casa Ester Renata.
Plano de segurança
Na sexta-feira (6), a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) anunciou medidas de reforço à segurança em Manaus e nas unidades prisionais do estado. Entre as ações previstas, estão o aumento do policiamento em todas as zonas da cidade e reforço nos armamentos.
Após as ocorrências na Vidal Pessoa, a Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), realizou a transferência de 20 internos para uma unidade prisional do interior. Ainda segundo a SSP, a situação no local é considerada "estável".
Equipes da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), da Polícia Militar, fazem guarda no entorno e dentro da Cadeia Pública desde a transferência
Equipes da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), da Polícia Militar, fazem guarda no entorno e dentro da Cadeia Pública desde a transferência
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