segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

George Michael morre por insuficiência cardíaca aos 53 anos, diz site

O cantor George Michael morreu neste domingo de Natal, 25, aos 53 anos por insuficiência cardíaca. Michael Lippman, representante e amigo de longa data do artista, informou a causa da morte ao site "The Hollywood Reporter". Lipmann também informou que a morte ocorreu "pacificamente" enquanto ele dormia em casa, no condado de Oxfordshire, na Inglaterra.
"É com grande tristeza que confirmamos que nosso amado filho, irmão e amigo George morreu em paz e em casa durante o Natal. A família pede que sua privacidade seja respeitada neste momento difícil e emocional. Não haverá mais nenhum comentário sobre o assunto", informou o representante.
George Michael (Foto: Chris Young / AFP)George Michael (Foto: Chris Young / AFP)
Trajetória musical
Michael, cujo nome real era Georgios Kyriacos Panayiotou, nasceu em 25 de junho de 1963 em East Finchley, norte de Londres. Filho de um restaurateur e uma mãe bailarina, teve seu primeiro contato com a música trabalhando como DJ em pequenos clubes.
Já na adolescência, se interessou pela música e começou a tocar ska com o amigo de escola Andrew Ridgeley. Na primeira metade dos anos 1980, os dois criaram o duo pop Wham!, que daria o pontapé inicial na carreira de George Michael, com hits como "Young Guns", "Wake Me Up Before You Go-Go" e "Careless Whisper". Eles seguiram a parceria até 1986, vendendo mais de 25 milhões de discos.
Michael decidiu seguir carreira solo quando a banda Wham! ainda estava no auge do sucesso internacional. Em 1987, lançou "Faith", seu primeiro disco solo, que tinha ainda hits como "Father Figure" e "Kissing a Fool". Os videclipes do álbum exploravam a sensualidade e foram responsáveis por tornar Michael como um sex symbol dos anos 1980.
Ao longo de suas quatro décadas de carreira, chegou a vender mais de cem milhões de discos. Entre as premiações, levou três Brit Awards e duas vezes o Grammy. Recentemente ele chegou a anunciar que estava trabalhando em um novo álbum com o produtor e compositor Naughty Boy. Em março de 2017, planejava lançar um documentário batizado de "Freedom".
George Michael (Foto: Evert Elzinga / AFP)George Michael (Foto: Evert Elzinga / AFP)
Vida pessoal polêmica
George Michael foi conhecido pelos excessos, com prisões por porte de drogas e por atentado ao pudor em um banheiro público de um parque de Los Angeles em 1998. O fato acabou com a especulação e o obrigou a declarar publicamente sua homossexualidade e criou a música "Jesus to a Child" em homenagem ao estilista brasileiro e seu namorado Anselmo Feleppa, que morreu de Aids. Mas, antes disso, teve namoros com mulheres como atriz Brooke Shields do filme "A Lagoa Azul".
Sempre que possível, manifestou suas críticas à então primeira ministra britânica Margareth Tatcher, ao primeiro-ministro britânico Tony Blair e ao então presidente dos Estados Unidos, George Bush. Por causa de seu posicionamento político, começou a ser boicotado pelos jornais norte-americanos de direita.
Michael voltou a estampar as capas de jornais e revistas quando em 2006 foi detido pela Polícia londrina dormido ao volante de seu BMW em estado de embriaguez, supostamente agravado por consumo de maconha.
Em 2008 anunciou sua intenção de deixar de fazer shows e se afastar da vida pública, mas somente um mês depois voltava a estar de novo no foco da mídia, ao ser detido por posse de cocaína e outras substâncias.
Em 2010, Michael recebeu uma sentença de oito semanas de prisão por um incidente no qual bateu seu Range Rover contra uma loja no norte de Londres.
Em 2011, Michael foi forçado a cancelar uma série de shows para tratar uma pneumonia. Segundo a BBC, o cantor chegou a ser submetido a uma traqueostomia para conseguir respirar e chegou a ficar inconsciente durante sua estada no hospital. Voltou a estar internado 18 meses depois por causa de uma lesão na cabeça provocada durante um estranho incidente em uma estrada britânica no qual caiu do veículo no qual circulava.
George Michael (Foto: Samuel Kubani / AFP)George Michael (Foto: Samuel Kubani / AFP)

Anac reajusta tarifas de embarque em seis aeroportos a partir de janeiro de 2017

As tarifas de embarques para voos domésticos e internacionais serão reajustadas em seis aeroportos a partir de 1º de janeiro de 2017. A portaria que reajusta os valores foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (26).
Os valores serão reajustados para os seguintes aeroportos: Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro – Aeroporto Internacional de Guarulhos, Aeroporto Internacional de Viracopos, Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio Carlos Jobim e Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins.
Para os voos internacionais, além da tarifa de embarque, ainda será cobrado US$ 18, correspondente ao valor adicional do FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil).
Nos termos da Lei Federal n. 12.648, de 17 de maio de 2012, constitui receita própria do Fundo Nacional de Aviação Civil - FNAC a parcela correspondente ao aumento concedido às tarifas de embarque internacional por meio da Portaria n. 861/GM2, de 9 de dezembro de 1997, do Ministério da Aeronáutica.
Veja abaixo as novas tarifas em cada aeroporto:
Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, localizado em São Gonçalo do Amarante (RN)
Tarifa de embarque grupo 1:
Doméstico: R$ 21,99
Internacional: R$ 38,92
Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, localizado em Brasília
Tarifa de embarque grupo 1:
Doméstico: R$ 27,79
Internacional: R$ 49,18
Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, localizado em Guarulhos (SP)
Tarifa de embarque grupo 1:
Doméstico: R$ 28,63
Internacional: R$ 50,67
Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado em Campinas (SP)
Tarifa de embarque grupo 1:
Doméstico: R$ 27,67
Internacional: R$ 48,96
Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio Carlos Jobim, localizado no Rio de Janeiro
Tarifa de embarque grupo 1:
Doméstico: R$ 27,67
Internacional: R$ 49,26
Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins, localizado nos municípios de Confins (MG) e de Lagoa Santa (MG)
Tarifa de embarque grupo 1:
Doméstico: R$ 27,82
Internacional: R$ 49,26

Também foram alteradas as tarifas de pouso, unificada de embarque e pouso de aeronaves, permanência de aeronaves, permanência em pátio de manobras relativas às aeronaves do grupo II, permanência na área de estadia relativas às aeronaves do grupo II, cálculo da tarifa de armazenagem da carga importada, cálculo do preço relativo à tarifa de capatazia da carga importada, de armazenagem e de capatazia da carga importada aplicada em casos especiais, de capatazia de carga importada em trânsito, preço cumulativo das tarifas de armazenagem e capatzia de carga importada de alto valor específico, preço cumulativo de tarifas de armazenagem e capatzia de carga destinada à exportação e de armazenagem e de capatzia de carga sob pena de perdimento.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Temer diz que deve sancionar lei de repactuação da dívida dos estados Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/temer-diz-que-deve-sancionar-lei-de-repactuacao-da-divida-dos-estados-20678965#ixzz4TUStZInE © 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

MOGI DAS CRUZES (SP) - O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que deve sancionar a lei de repactuação da dívida dos estados aprovada ontem pela Câmara. Temer também negou que o governo federal tenha saído derrotado da votação por causa de exclusão do texto das exigências de contrapartidas e garantiu que os estados terão que apresentar medidas de contenção de despesar para firmarem acordos com a União.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/temer-diz-que-deve-sancionar-lei-de-repactuacao-da-divida-dos-estados-20678965#ixzz4TUSxEYoK
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MOGI DAS CRUZES (SP) - O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que deve sancionar a lei de repactuação da dívida dos estados aprovada ontem pela Câmara. Temer também negou que o governo federal tenha saído derrotado da votação por causa de exclusão do texto das exigências de contrapartidas e garantiu que os estados terão que apresentar medidas de contenção de despesar para firmarem acordos com a União.


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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Corpo de filho de Tati Quebra Barraco será velado nesta segunda, no Rio

O corpo de Yuri Lourenço da Silva, filho da funkeira Tati Quebra Barraco, será velado nesta segunda-feira, 12, no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste do Rio. Segundo informações dos representantes da cantora, o velório acontecerá a partir das 14h30, seguido do enterro, às 16h. De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o corpo de Yuri foi retirado do IML por volta de 17h45 deste domingo, 11, com a declaração de óbito. A Delegacia de Homicídio instaurou procedimento para apurar a morte e segue em investigação.
Yuri tinha 19 anos e foi morto a tiros durante uma operação policial na Cidade de Deus, também na Zona Oeste do Rio, onde morava, na madrugada de sábado para domingo, 11. O comunicado enviado pela assessoria da artista ao EGO ainda acrescenta: "Pedimos respeito ao luto de Tati e da família, que não falarão com a imprensa no momento."
Nesta segunda, 12, Tati postou uma foto ao lado do filho durante um show em seu perfil do Twitter e escreveu: "Desde cedo na correria, se eu não tinha ninguém pra olhar, eu levava para trabalhar comigo. Meu filho, volta pra mãe."
A Delegacia de Homicídio também apura a morte de Jean Rodrigues de Jesus, de 22 anos, ocorrida durante a operação da Polícia Militar.
Luto
Na noite deste domingo, 11, Tati Quebra Barraco usou seu perfil no Instagram para falar sobre a perda do filho. “Deus vai consolar meu coração! Ouvi de um servo de Deus que meu filho me quer sorrindo, feliz. Preciso seguir. A vida para mim continua. Está doendo muito, mas serei forte pra cuidar da beleza que ele me deixou, que foi minha netinha Pérola Victória”, disse a funkeira na rede social.
A funkeira usou ainda sua conta no Twitter para comentar o episódio. Logo, o assunto virou um dos mais comentados nas redes sociais. "A PM tirou um pedaço de mim que jamais será preenchido. A PM matou o meu filho. Essa dor nunca irá se cicatrizar", escreveu ela na ocasião.


sábado, 10 de dezembro de 2016

Quer ter um fim de semana incrível? Não faça planos

Planejamento pode fazer qualquer atividade legal ficar com cara de trabalho. Pesquisadores da Universidade  Estadual de Ohio fizeram uma série de estudos que mostram que o jeito mais fácil de acabar com a diversão de qualquer atividade é ter um cronograma para ela.
O primeiro teste que eles fizeram era só hipotético. Eles mostraram um cronograma de estudos para dois grupos de voluntários. Pediram que cada um imaginasse que aquela era sua programação para a próxima semana, e que eles teriam que encaixar uma saída para tomar sorvete com um amigo. Um grupo marcava o passeio para daqui a dois dias e anotava no calendário. O outro tinha que imaginar que tomava sorvete em qualquer buraco da sua agenda que aparecesse.
O grupo que curtiu um sorvetinho espontâneo, mesmo que imaginário, saiu da experiência bem mais feliz que o grupo organizadinho que programou a saída com antecedência. Depois disso, os cientistas fizeram testes mais práticos.
Em um experimento online, ofereceram uma série de vídeos do Youtube para os voluntários escolherem. Um grupo assistia o vídeo na hora. Outro grupo só recebia o link em um horário específico. De novo, as pessoas que mais curtiam a experiência de assistir aos videozinhos eram aquelas que não tinham que se encaixar a um cronograma regrado.
Para os pesquisadores, os resultados mostram que por mais legal que uma atividade seja, ela é bem mais aproveitada quando não temos que programá-la com antecedência. Os participantes associavam regras e cronogramas à compromissos e obrigações, diminuindo o prazer que sentiam com qualquer atividade de lazer.
O estudo pode explicar porque, quando fazemos muitos planos para férias ou feriados, acabamos voltando ao trabalho mais cansados do que saímos.
Mas também não é preciso se entregar ao caos para curtir o tempo livre, é só não exagerar. Em mais um dos experimentos dos estudos, os pesquisadores montaram uma banquinha de café e bolachas grátis durante a semana de provas da universidade. Os alunos recebiam tickets para buscar seu lanche. Alguns dos tickets eram flexíveis, válidos por um intervalo de duas horas. Outros era bem radicais: “esteja aqui às 17h20” ou perca seu café, por exemplo.
Segundo os pesquisadores, ter esse intervalo flexível, mesmo que programado, já era suficiente para diluir os efeitos negativos de ter que programar seu tempo livre. A dica deles, nesse caso, é aproveitar o fim de semana para marcar algo “a noite”, ou “no fim da tarde”, sem um horário específico. Assim, você garante o máximo de diversão possível, sem semelhança nenhuma com o fantasma da reunião de segunda-feira.

Bella Falconi brinca com biquíni 'absurdamente pequeno' no 'Saltibum'

Bella Falconi sempre recebe uma chuva de elogios nas redes sociais pelo seu corpo perfeito, com o já conhecido tanquinho! A barriga definida da musa é o principal motivo para ela saltar com uma roupa de banho que mostra mais o corpo no Saltibum do Caldeirão do Huck. Mas, acredite se quiser, até uma gata saradíssima como ela tem seus momentos de vergonha.
"A minha roupa de banho é a única que é um biquíni porque tem toda essa brincadeira do abdômen. O pessoal pediu para eu usar biquíni e falei ok, não me importo. Posto sempre nas redes sociais... Aí chegou o biquíni de hoje e tava muito pequeno no bumbum, absurdamente pequeno (risos). Era o único que tinha naquele momento, tive que vir meio envergonhada, mas vim (risos)", brincou Bella.
Bella Falconi brincou com o tamanho do biquíni no bumbum (Foto: TV Globo)Bella Falconi brincou com o tamanho do biquíni no bumbum (Foto: TV Globo)

Julio Pereira morre, aos 64 anos, após infartar durante acidente de carro

O diretor de imagens da Santa Cecília TV, Julio Pereira, morreu no fim da tarde desta sexta-feira (9) em São Vicente, no litoral de São Paulo, após sofrer um acidente de carro e, em seguida, infartar. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu e acabou falecendo.
Pereira, que tinha 64 anos, era um dos nomes mais conceituados entre profissionais de rádio e televisão na Baixada Santista, já que com seu toque e talento, ajudou a formar diversos profissionais ao longo de suas várias décadas de carreira.
O presidente do Sistema Santa Cecília de Comunicação, Marcelo Teixeira, usou as redes sociais para falar sobre a morte do amigo. "Querido amigo Julio Pereira. Você partiu, cumpriu tão bem a sua bela missão. É uma enorme perda. Um maravilhoso chefe de família, um excelente profissional, um grande amigo e pioneiro como cinegrafista na região da Baixada Santista", lamentou.
O velório de Julio Pereira começou por volta das 6h deste sábado (10) e o enterro está previsto para às 10h30, no Cemitério Memorial Vicentino, que fica no Largo da Saudade, 100, no Parque Bitaru.

Exame descarta HIV em mulher furada com seringa: 'Estou muito nervosa'

A mulher que ficou ferida após ser atacada por um homem que utilizou uma seringa para furá-la em Santos, no litoral de São Paulo, realizou exames que atestaram que ela não foi infectada pelo vírus HIV. A vítima, que prefere não se identificar, conversou com o G1 e disse que está se sentindo melhor após os vários medicamentos que precisou tomar. Ela, porém, passará por novos exames, na próxima terça-feira (13), para tentar identificar a substância injetada.
Vítima de homem com seringa tem 40 anos (Foto: Reprodução/Youtube A Tribuna)Vítima de homem com seringa passará por novos
exames  (Foto: Reprodução/Youtube A Tribuna)
O ataque aconteceu na última segunda-feira (5). A mulher foi furada enquanto aguardava um ônibus circular no bairro Jabaquara. De acordo com a vítima, ela foi levar a neta para um atendimento médico no Hospital Santa Casa e, enquanto ambas entravam no ônibus, o suspeito apareceu, segurando uma seringa.
A dona de casa chegou em casa e percebeu os ferimentos e uma forte ardência no local, em seguida, ela procurou um hospital e foi medicada contra doenças sexualmente transmissíveis, já que não se sabe o que havia na seringa. Nesta sexta-feira (9), a vítima passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) para identificar exatamente o que foi usado para fazer a perfuração. Policiais do 2º Distrito Policial conseguiram fazer um retrado-falado do criminoso.
Polícia procura suspeito de atacar mulher com seringa em Santos (Foto: Divulgação / Polícia Civil)Polícia procura suspeito de atacar mulher
(Foto: Divulgação / Polícia Civil)
De acordo com a vítima, logo após o ataque ela começou a ter ardência no local e problemas intestinais. “Agora estou me sentindo bem melhor, mas é complicado, já que tomei muitos medicamentos fortes. Estou muito nervosa. É difícil não saber o que tem dentro do meu corpo”, explicou.
A mulher conta ainda que alguns resultados vão sair apenas daqui um mês e, enquanto isso, ela permanece nessa ansiedade e nervosismo de não obter muitas respostas. “O local onde eu fui furada formou uma espécie de ‘calombo'. Agora estou aguardando os novos resultados e vou fazer outros exames na semana que vem”, revela.
“A polícia está trabalhando muito nesse caso. Hoje mesmo eu fui ao 2º DP. Espero que em breve tudo esteja esclarecido”, completa. Os policiais pedem ajuda da população para encontrar o suspeito. Quem tiver informações pode entrar em contato com o 2º DP de Santos no telefone (13) 3234-6901.

Diretor da Chapecoense diz que Mancini é sonho antigo do clube

A Chapecoense apresentou nesta sexta-feira Vágner Mancini, como técnico, e Rui Costa, como diretor-executivo. João Carlos Maringá, que foi vice-presidente do clube entre 2010 e 2014 e agora será diretor de futebol do clube, revelou que já havia tentado contratar o treinador em seu último ano no clube. 
mancini coletiva chapecoense (Foto: Richard Souza )Vágner Mancini é o novo técnico da Chapecoense (Foto: Richard Souza )
- Conversei com ele em 2014, quando estava no Botafogo, num momento difícil do Botafogo, que estava com os salários atrasados. E um dos motivos de ele não sair era porque não podia deixar o clube num momento tão difícil, o que mostra o caráter dele. Em 2016, Paula Alaor (ex-presidente do clube, que faleceu na tragédia na Colômbia) falava que ia trazer meu amigo para cá porque eu e Mancini jogamos no Guarani, então temos uma relação de mais de 30 anos. Eu acho que a Chapecoense é um clube muito sério, trabalha com orçamento, não faz loucura, e o perfil e o caráter do Mancini vão somar muito para gente. Ele já é treinador há algum tempo. Mas a gente procura avaliar também o caráter da pessoa. E o Mancini é tido dentro do mundo do futebol como um dos grandes caras, educado com a imprensa, de se comportar. Então acho que vai ser importante nessa reconstrução difícil, que é trazer a Chapecoense praticamente do zero internamente - afirmou.
Rui Costa e Vagner Mancini foram apresentados na Chapecoense  (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)Rui Costa e Vagner Mancini foram apresentados na Chapecoense (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)
Campeã da Sul-Americana de 2016, a Chapecoense terá pelo menos cinco competições para disputar em 2016 (Libertadores, Recopa Sul-Americana, Sul-Americana, Estadual e Brasileirão). Por isso, João Carlos Maringá admite que o clube terá que expandir seu elenco por causa do número de torneios. 
- A gente teve pouco tempo para conversar com o Vágner, Rui Costa, Nivaldo. A gente teve pouco tempo, mas sabe que vai trabalhar com um número maior por causa do número de competições. A gente vai ter mais de 100 jogos no ano. Então vai ser das equipes brasileiras uma das que mais vai jogar. A gente falou rapidamente em 33 jogadores para ter um grupo forte, a base da Chapecoense boa, vai ter que avaliar a base. Mas o Rui e o Vágner viajam hoje para acertar essas coisas, e a partir de segunda-feira a gente começa a trabalhar 20 horas por dia para tentar fazer essa reconstrução o mais rápido possível - disse.
João Carlos Maringá volta à Chapecoense como diretor (Foto: Reprodução/SporTV)João Carlos Maringá volta à Chapecoense como diretor (Foto: Reprodução/SporTV)
Entretanto, a necessidade de jogadores não faz com que a Chapecoense se equivoque em relação aos atletas que serão contratados. O dirigente agradeceu aos clubes que ofereceram jogadores, mas diz que tem que avaliar o perfil dos jogadores antes de contratá-los.
- A gente tem relação com muitas pessoas dentro do mundo da bola. Os clubes já se prontificaram. Mas a gente vai ter que ter bastante cuidado nesse momento, que não é porque o clube A ou B ofereceu, que vai ter que contratar. E eles entendem assim também. Vai ser de acordo com a necessidade e o perfil dos jogadores. Claro que o Santos, Cruzeiro oferecerem uma lista, a gente vai avaliar com muito carinho e agradecidos por isso. Mas vamos tentar trazer jogadores com perfil e que caibam no nosso grupo - concluiu.

Após tragédia, Chape faz balanço financeiro: "Estamos muito seguros"

A organização da Chapecoense é o que faz com que os novos comandantes do clube não se desesperem no pior momento da história do Verdão do Oeste. Herança de Sandro Pallaoro, presidente que estava no voo que caiu antes de chegar a Medellín. Ele deixou um clube sem dívidas. Resultado de uma administração que ele tinha muito orgulho de explicar.

- A diretoria executiva e a diretoria do Conselho (Deliberativo) trabalham juntas. Em vários clubes, o Conselho só fiscaliza a diretoria executiva. E a Chapecoense nos últimos anos trabalha assim - disse o mandatário, em entrevista produzida pelo departamento da TV Globo que gera conteúdo para todos os países que assistem ao Brasileirão.

Em 2008, quando ele assumiu a direção de futebol, a Chape tinha apenas 300 associados. Hoje, são 15 mil.

- O clube que não tem sócio não é clube - dizia o mandatário. 
índio Condá Chapecoense mascote (Foto: MARCELO D. SANTS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)Mascote da Chape, o pequeno índio Carlinhos: clube vem recebendo muitas homenagens desde o acidente (Foto: MARCELO D. SANTS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)


No início da gestão de Pallaoro, o time não estava em nenhuma série do Campeonato Brasileiro. Mas veio a transformação. Na Série C, em 2010, o clube movimentou R$ 9 milhões. Em 2014, já na elite do Brasileirão, o orçamento saltou para R$ 35 milhões e o número de associados chegou a 11 mil.

A Chape sempre manteve os pés no chão. O orçamento para 2016 era de R$ 48 milhões - valor que subiu para quase R$ 60 milhões com as premiações. E os salários tinham um piso e um teto. Ninguém recebia menos de R$ 30 mil e nem mais de R$100 mil por mês. Uma política que rendia muitas premiações por metas alcançadas.

- Tudo é feito com base nesse orçamento inicial, até porque nossa responsabilidade é muito grande. Não podemos colocar em risco a saúde financeira do clube. Não ultrapassamos a base trabalhada - disse Roberto Aurélio Merlo, novo diretor financeiro do clube.

Roberto assumiu a pasta a convite do presidente em exercício Ivan Tozzo logo depois da tragédia. Ele era amigo e sócio de Decio Burtet Filho, o antigo diretor do departamento, que faleceu no acidente. Desde a última segunda-feira, Roberto Aurélio Merlo tem estudado a situação financeira. E a análise apresenta resultados tranquilizadores. Medida comum entre muitos clubes brasileiros, a antecipação do pagamento de direitos de transmissão, por exemplo, não deve ser necessária e será evitada.      

- Nunca foi necessário antecipar. Hoje, não estamos trabalhando com cenário de descontinuidade. É um cenário de firmeza na área financeira. Não vai haver um problema mais sério na questão financeira. É lógico que esse nesse baque inicial nós temos que cumprir com tudo que está nos contratos, em todas as questões que estavam juridicamente já constituídas. Não vamos fugir disso. O jurídico está trabalhando muito, a Chapecoense vai tomar a iniciativa de criar uma associação das vítimas. Está se colocando junto com as famílias para resolver essa questão, até porque vamos ter demandas judiciais com certeza. 
Roberto Nerlo - novo diretor financeiro da Chapecoense (Foto: Richard Souza)Roberto Aurélio Merlo, novo diretor financeiro da Chapecoense, diz que clube está seguro (Foto: Richard Souza)
O diretor explica que existiam reservas e, enquanto o reforço financeiro não chega, o clube cumpre com suas obrigações.

- No financeiro, estamos muito seguros. Temos reservas de contingências. É lógico que essa foi muito grande, mas eu posso te garantir que estamos tranquilos até esse momento, a não ser que surja algum elemento, algum fato novo que nós desconhecemos. Já foram feitos os acertos, tudo cumprido rigorosamente, já foram pagos. Temos algumas questões em discussão com a diretoria e o Conselho, mas não vejo problema.

AJUDA DA CBF E PREMIAÇÃO


A Chape ainda não recebeu os R$ 5 milhões prometidos pela CBF, mas acredita que em breve o dinheiro estará na conta. Todo esse valor está comprometido.

- O único dinheiro que recebemos foi da fase anterior da Sul-Americana, num total de R$ 1,6 milhão. Da CBF, não recebemos ainda, mas não vai haver problema. Esse valor exclusivamente já estamos direcionando para as indenizações e gastos que nós tivemos com as famílias. Tudo isso aí a gente imagina que até o momento, pelo que temos de levantamentos de gastos, vai ser suficiente. Nossa ideia é criar um fundo para que seja pelo menos uma segurança que nós vamos ter para futuras contingências ou indenizações que possam vir. Nós estamos com as contas em dia, temos reservas para os meses seguintes de acordo com o nosso planejamento financeiro - informou o diretor administrativo.

Declarado campeão da Copa Sul-Americana, o clube também espera que em breve a Conmebol pague o valor de R$ 6,8 milhões pelo título. Para 2017, também estão previstas outras receitas: R$ 3,4 milhões pela disputa da Recopa e R$ 6,2 milhões pelos seis jogos da fase de grupos da Libertadores da América. A Chape vai receber pelo menos R$ 16,4 milhões.

NOVO TIME, MESMO PERFIL

Já está definido que a Chapecoense vai manter o orçamento do futebol para o próximo ano.

- Para 2017, comecei a construir alguma coisa de orçamento, mas não tem uma definição por conta dos acontecimentos. Se nada tivesse acontecido, estaríamos com o orçamento pronto. Estamos trabalhando nas bases ainda. Mas já fizemos uma reunião na terça-feira e definimos que vamos utilizar as mesmas bases. Talvez até mude, mas não temos como mudar isso agora. As bases que temos para o orçamento são as desse ano. A Chapecoense vai entrar num outro patamar, vamos jogar a Libertadores, então talvez isso mude, mas a decisão no momento é essa. É prudente e necessário manter a base desse ano agora, mas o orçamento ainda está sendo construído. 
No financeiro, estamos muito seguros. Temos reservas de contingências. É lógico que essa foi muito grande, mas eu posso te garantir que estamos tranquilos até esse momento
Roberto Aurélio Merlo,
diretor financeiro da Chapecoense
PROMESSA DE PALLAORO DEVE SER CUMPRIDA

Nesse ano, o melhor da história do clube, o Natal seria cheio de presentes. O presidente já tinha contado para os jogadores que, além do 13º salário e das férias, eles também receberiam o 14º salário. Seria a primeira vez que a Chapecoense daria esse tipo de premiação. Segundo Roberto Aurélio Merlo, a intenção é manter o planejamento.

- Nós estamos fazendo esses levantamentos, não tenho a definição final da diretoria.  Temos jogadores que não estavam no voo, que faziam parte do grupo, como Rafael Lima e Neném, e isso (pagamento) deve ser feito. Não tenho a palavra final, mas vou dizer o que sempre aconteceu aqui: prometeu, cumpriu. Seria pago para as famílias também - frisou o dirigente.

PATROCÍNIOS E DOAÇÕES

A Caixa renovou o principal patrocínio do clube, que não teve o valor divulgado, mas será bem maior do que os R$ 4 milhões anuais do último contrato. O vínculo com a Aurora também está mantido para 2017. Uma das propostas de Merlo é a montagem de um time de marketing para que o crescimento do clube se transforme em receita.

Depois do acidente, a Chape abriu uma conta para receber doações, já que eram muitas as intenções de ajuda. No entanto, até agora, apenas R$ 10 mil foram depositados.
INFO Queda Avião Chapecoense VALE ESTE (Foto: infoesporte)

Delator diz que Temer pediu R$ 10 milhões à Odebrecht em 2014 no Jaburu

O executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, relatou ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente Michel Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht.
Melo Filho é um dos 77 executivos da empreiteira que assinaram acordo de delação premiada com o MPF. A informação de que Temer solicitou dinheiro à Odebrecht está em material entregue pelo executivo nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo (saiba quais são as etapas dos acordos de delação da Odebrecht).
Em nota, o Palácio do Planalto informou que o presidente Michel Temer "repudia com veemência" o conteúdo da delação de Melo Filho. "O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente.", diz o texto da nota.
Na fase de pré-delação, quem deseja firmar acordo de delação antecipa informações e documentos como forma de garantir que tem fatos que podem colaborar com as investigações. O G1 e a TV Globo tiveram acesso ao material.
Nos documentos, Melo Filho afirma que Temer é, historicamente, o líder de um núcleo político do PMDB na Câmara dos Deputados.
Segundo o executivo, é "capitaneado" por Temer, pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e pelo atual secretário do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) do governo federal, Moreira Franco.

Pedido de R$ 10 milhões

O delator afirma nos termos de confidencialidade que em maio de 2014, quando Temer ocupava a Vice-Presidência da República, compareceu a um jantar no Palácio do Jaburu (residência oficial da Vice-Presidência, em Brasília), que contou com a participação do atual presidente, do dono da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de Eliseu Padilha.
Na reunião, afirma Melo Filho, Michel Temer solicitou "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014.
"No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião", diz o executivo.
O executivo afirma ainda que as doações, que eram feitas periodicamente a diversos políticos, tinham como objetivo a atuação destes na aprovação de medidas de interesse da Odebrecht. Seria, segundo ele, uma "espécie de contrapartida institucional esperada entre público e privado".
"Do total de R$ 10 milhões prometido por Marcelo Odebrecht em atendimento ao pedido de Michel Temer, Eliseu Padilha ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões. Compreendi que os outros R$ 6 milhões, por decisão de Marcelo Odebrecht, seriam alocados para o Sr. Paulo Skaf", diz o delator. Skaf é presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e foi o candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014.
A assessoria de Skaf divulgou nota na qual ele nega irregularidades: "O presidente da FIESP, Paulo Skaf, nunca pediu e nunca autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas em suas prestações de contas. Todas as contas de campanha de Paulo Skaf foram aprovadas pela justiça eleitoral".
Nos termos de confidencialidade, Cláudio Melo Filho afirma ainda que do valor repassado a Padilha, cerca de R$ 1 milhão tinha como destinatário final o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba.
Em nota, Eliseu Padilha disse que a acusação "é mentira. "Não fui candidato em 2014! Nunca tratei de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja. A acusação é uma mentira! Tenho certeza que no final isto restará comprovado", diz o texto da nota.
Geddel Vieira Lima, que até há pouco tempo ocupava o cargo de ministro da Secretaria de Governo, também foi citado. Claudio diz que “Geddel recebia pagamentos qualificados em períodos eleitorais e em períodos não eleitorais, e fazia isso oferecendo contrapartidas claras, conforme ficará claro no ponto do relato que trata das exigências feitas por Geddel para destravar pagamentos retidos no âmbito do Ministério da Integração Nacional”.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima disse à noite que "estranhou a citação de seu nome" e afirmou que doações recebidas foram declaradas à Justiça Eleitoral.
Relógios de US$ 20 mil
Em outro trecho do depoimento, Melo Filho fala do ex-governador da Bahia e ex-ministro do governo Dilma Rousseff, Jacques Wagner. Ele afirma que em 2006, “Wagner se reuniu com Marcelo Odebrecht num restaurante de Brasília e pediu ajuda financeira para a campanha ao governo da Bahia e que Marcelo concordou, embora tenha demonstrado incômodo por não acreditar no sucesso da candidatura. Foram pagos R$ 3 milhões de forma oficial e via caixa 2”. Melo Filho se surpreendeu com o sucesso da candidatura.
Melo Filho também afirmou que quando Jacques Wagner assumiu o governo, encaminhou assuntos de interesse da empreiteira no Polo Petroquímico de Camaçari, que Wagner ajudou a destravar.
Ainda segundo Melo Filho, o esquema se repetiu na campanha seguinte, mas, pelo bom desempenho, Jacques Wagner pediu mais dinheiro: levou R$ 7,5 milhões, em 10 parcelas, pagas entre agosto de 2010 e março de 2011. O esquema voltou a se repetir em 2014, desta vez na campanha de Rui Costa (PT) para o governo da Bahia, apoiado por Jaques Wagner. Ele disse que não participou desses pagamentos, mas acredita que foram repassados R$ 10 milhões.
A empreiteira também deu presentes caros nos aniversários de Jacques Wagner. Em 2012, por exemplo, Jacques Wagner ganhou um relógio de US$ 20 mil. No acordo de delação, há fotos dos relógios.
O ex-ministro de Dilma não foi localizado para responder sobre as afirmações de Melo Filho.
O nome do deputado Rodrigo Maia (DEM) também foi citado pelo ex-diretor da Odebrecht. Segundo ele, foi pedido ao deputado, atual presidente da Câmara, que acompanhasse a tramitação de uma Medida Provisória (MP) que interessava à empreiteira. Ele contou que Maia aproveitou a oportunidade e alegou que ainda tinha dívidas da campanha a prefeito do Rio de Janeiro, em 2012, e contribuiu com cerca de R$ 100 mil, valor pago em outubro de 2013. Ele disse ainda que considerava Maia um interlocutor da empresa dentro da Câmara.
Melho Filho afirmou também que Rodrigo Maia recebeu pagamento de R$ 500 mil em 2010.
O presidente da Câmara não deu retorno para comentar as declarações de Melo Filho.
Sobre o deputado federal Marco Maia (PT), ele disse que conheceu o petista em 2011, quando o parlamentar era presidente da Câmara. Em 2014, o deputado pediu recursos para a campanha dele. Ele disse que no sistema da empreiteira constam dois pagamentos, no total de 1,350 milhão. O codinome de Marco Maia era “Gremista”.
G1 e TV Globo não conseguiram contato com o deputado Marco Maia.
Melo Filho também citou o nome do senador José Agripino (DEM). Disse que em 2014 falou ao senador que a empreiteira faria pagamento de R$ 1 milhão. Ele lembrou que Agripino não era candidato nas eleições, mas Marcelo Odebrecht contou a ele que o valor tinha sido solicitado pelo senador Aécio Neves (PSDB) como forma de apoio ao DEM. Agripino tinha o codinome “Gripado”.
Agripino respondeu que não foi candidato em 2014 e que desconhece os fatos citados.
PMDB na Câmara
Nos documentos, Melo Filho descreve, sob sua ótica, a atuação de Temer, Padilha e Moreira Franco no que ele chama de núcleo político do PMDB na Câmara.
Ele afirma que Temer atua de forma "muito mais indireta", e que, normalmente, não é ele o responsável por pedir ajuda financeira às empresas para o PMDB, "embora isso tenha ocorrido de maneira relevante no ano de 2014", quando ele pediu R$ 10 milhões à Odebrecht.
O delator explica ainda que o responsável por falar com agentes privados e "centralizar" as arrecadações financeiras ao PMDB é Eliseu Padilha.
"Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos", diz o delator.
"Tanto Moreira Franco como Eliseu Padilha, contudo, valem-se enormemente da relação de representação/preposição que possuem de Michel Temer, o que confere peso aos pedidos formulados por eles, pois se sabe que o pleito solicitado em contrapartida será atendido também por Michel Temer", continua.
Moreira Franco afirmou que o teor dos documentos é "mentira". "Reitero que jamais falei de política ou de recursos para o PMDB com o senhor Claudio Melo Filho", diz o secretário.

PMDB no Senado

Assim como na Câmara, Melo Filho afirma que há um núcleo de atuação do PMDB no Senado. O grupo é formado, segundo o executivo, pelo líder do governo no Congresso, Romero Jucá (RR), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
Esse grupo, segundo o executivo, é "bastante coeso" e possui "enorme poder de influência sobre outros parlamentares, tanto do partido como de outras legendas".
Ele relata que os três peemedebistas têm "grande poder de barganha", pois possuem a capacidade de "praticamente ditar os rumos que algumas matérias serão conduzidas dentro do Senado Federal".
O delator afirma que, desde que assumiu o comando das Relações Institucionais da Odebrecht, procurou focar sua atuação no Senado, já que lá, segundo ele, havia menos agentes e interesses do que na Câmara.
Ele diz ainda que "todos os assuntos" que tratou no Congresso se iniciaram por meio de contatos com Romero Jucá. O delator afirma que, desde 2004, participou de pagamentos a Jucá "que hoje superam R$ 22 milhões".
"Normalmente, me dirigia a ele, que me orientava sobre quais passos adotar e quais parlamentares seriam acionados. Romero Jucá agia em nome próprio e do grupo político que representava, formado por Renan Calheiros, Eunício Oliveira e membros do PMDB. Jucá era o líder do governo no Senado e, embora não falasse pelo governo, falava com o governo. Os assuntos que começavam com ele avançavam ou se encerravam diretamente com ele", afirma o delator.
Segundo Melo Filho, Jucá, por sua "capacidade de interlocução política", era o "homem de frente”, responsável por tratar com agentes particulares os temas de interesse tanto das empresas quanto do PMDB.
"Exatamente por essa posição destacada, o senador Romero Jucá, no meu entendimento, é o principal responsável pela arrecadação de recursos financeiros dentro do grupo do PMDB no Senado", relata o executivo.
"A minha experiência deixou claro que o Senador Romero Jucá centralizava o recebimento de pagamentos e distribuía os valores internamente no grupo do PMDB do Senado Federal, especificamente, no que posso atestar com total segurança, no que diz respeito aos Senadores Renan Calheiros e Eunício Oliveira", complementa.
Da mesma forma que na Câmara, o executivo diz que, ao falar com um dos integrantes do núcleo político, ele entendia que estava falando com todos.
Melo Filho diz ainda que Jucá "centralizou" os valores pagos pela Odebrecht ao PMDB no Senado, e que depois o peemedebista redistribuia os valores ao seu grupo no partido.

Versões dos senadores

O senador Romero Jucá afirmou, via assessoria, que desconhece a delação de Claudio Melo Filho mas nega que recebesse recursos para o PMDB. O senador disse ainda que está à disposição da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos. A asessoria dele divulgou a seguinte nota:
"O senador Romero Jucá desconhece a delação do senhor Claudio Melo Filho mas nega que recebesse recursos para o PMDB. O senador também esclarece que todos os recursos da empresa ao partido foram legais e que ele, na condição de líder do governo, sempre tratou com várias empresas mas em relação à articulação de projetos que tramitavam no Senado. O senador reitera que está à disposição da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos."
Por meio da assessoria de imprensa, Renan Calheiros afirmou que "jamais credenciou, autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome em qualquer circunstância. Reitera ainda que é chance de se encontrar irregularidades em suas contas pessoais ou eleitorais e zero. O senador ressalta ainda que suas contas já são investigadas há 9 anos. Em quase uma decada não se produziu uma prova contra o senador".
Em nota, Eunício Oliveira disse que todos os recursos de campanha foram recebidos e declarados de acordo com a lei e aprovados pela Justiça Eleitoral. Ele afirmou ainda que nunca autorizou ninguém a negociar em seu nome recursos para favorecer empresas públicas ou privadas.