“Minha vida é muito chata. Eu tô de saco cheio. Não aguento mais, não suporto mais. Vou explodir...”. O relato desesperado foi escrito num caderno escolar por Polyanna Ketelin da Silva Ribeiro, de 10 anos, desaparecida desde o dia 2 de abril do ano passado. Segundo os pais, ela havia saído de casa para comprar uma caixa de fósforo numa loja que fica perto de onde morava, às margens da Lagoa de Piratininga, em Niterói, e nunca mais voltou. Um ano depois, o sumiço ainda é um mistério.
O delegado Gabriel Poiava, do setor de descobertas e paradeiros da Divisão de Homicídios da região, diz que o caso é uma grande incógnita, mas que acredita que a menina possa ter fugido de casa.
— Os relatos que encontramos no caderninho mostram claramente que ela estava infeliz na casa em que morava com os pais. Já checamos dezenas de informações sobre possíveis paradeiros, mas nenhuma delas estavam certas — comenta Poiava.
De acordo com o delegado, já foram analisados mais de 50 DVDs com imagens de câmeras de segurança de locais próximos à residência de Polyanna, mas os investigadores não conseguiram encontrar pistas ligadas à menina. Este, segundo Poiava, é o único caso de desaparecimento de criança investigado pela DH da área que ainda não foi concluído:
— É um caso difícil de analisar. Os pais já foram ouvidos e encontramos algumas contradições nos depoimentos deles que não batem com o que já conseguimos apurar, mas não podemos falar do que se trata.
Morando no mesmo endereço até hoje, a dona de casa Marcele Silvério, de 34 anos, mãe de Polyanna e de outras duas crianças, uma menina de 4 e um menino de 6 meses, diz que sua vida foi devastada com o desaparecimento e que está com Síndrome do Pânico:
— Tenho desconfiança de que um vizinho ou um parente tenha sequestrado Polyanna. Por maldade mesmo. Podem estar manipulando ela. Acho que a polícia não está fazendo uma boa investigação. Estou investigando por conta própria. Estou fazendo uma campanha no Facebook para conseguir R$ 8 mil e contratar um investigador particular.
Roupas queimadas no quintal
Após o desaparecimento de Polyanna, no dia 2 de abril do ano passado, o caso foi automaticamente passado para a o setor de descoberta de paradeiros da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo.
Oito dias depois do sumiço, foi realizada uma operação na Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, para tentar localizar o corpo da menina. A polícia contou com o apoio do Corpo de Bombeiros, do Grupo de Busca e Salvamento, Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente e do 4º Grupamento Marítimo. Porém, nada foi encontrado.
Um dia antes das buscas, os investigadores encontraram no quintal da casa em que a menina morava algumas roupas queimadas. Os pais falaram que eram peças velhas e que foram queimadas para espantar os mosquitos. Os policiais chegaram a achar que poderiam ser da menina, mas, depois de testes em laboratório, nada foi confirmado.
Manifestação
Marcele está organizando um novo protesto para este sábado, na Praia de Icaraí, na Zona Sul de Niterói. Segundo a mãe de Polyanna, um ônibus sai da Lagoa de Piratininga para levar os manifestantes. O ato está previsto para começar às 13h de amanha.
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