sexta-feira, 1 de abril de 2016

Por falta de alimentos, curso de formação de policiais do Rio só vai funcionar em meio expediente

A turma de 1.400 recrutas da PM que a Secretaria de Segurança planejava usar no policiamento dos Jogos Olímpicos não deve se formar até o início do evento, em agosto. Por conta da crise financeira pela qual o estado passa, o fornecimento de alimentos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) foi interrompido. Sem almoço, os recrutas passarão a ser liberados, a partir da próxima segunda-feira, ao meio-dia, e não mais às 18h — o que vai atrasar o cronograma da formatura. A informação foi passada por recrutas ao deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC), que vai marcar uma vistoria na unidade na próxima semana.
— O estado não pode deixar de formar policiais. A situação, que está insustentável,vai ficar pior. E num período fundamental, que são os Jogos Olímpicos. O Cfap é o berço da formação do policial. Não pode ser tratado desse jeito — afirmou o deputado.
Também por conta da falta de alimentos, a turma de 500 alunos que seria chamada para entrar no Cfap entre abril e maio será postergada. O comando da PM já estuda usar os 1.400 recrutas que frequentam a unidade hoje — mesmo ainda sem estarem formados — no policiamento da cidade durante os Jogos, com bastões. Esses alunos começaram o curso entre dezembro e janeiro e tinham previsão de formatura para junho.
Alunos serão liberados a partir de meio dia
Alunos serão liberados a partir de meio dia Foto: Rafael Andrade / EXTRA
Ao EXTRA, policiais que trabalham no Cfap confirmaram o desabastecimento do rancho. Segundo eles, nessa semana, os alunos almoçaram salsicha frita, arroz e feijão.
— Durante fevereiro, o Cfap já funcionou em meio período pelo mesmo motivo — disse um oficial.
Reunião no QG
A redução no expediente do Cfap foi discutida em uma reunião na manhã de ontem, com participação de parte da cúpula da PM. No encontro, também foram debatidas outras maneiras de cortar gastos na corporação.
Em janeiro deste ano, a formação dos novos policiais passou a durar 12 meses, em vez dos sete anteriores. No novo currículo, foram incluídas disciplinas como “Polícia de Proximidade” e “Tecnologia Não-letal”. Em outubro de 2015, ao anunciar as mudanças, a PM divulgou que, para não afetar o policiamento nas Olimpíadas, uma turma de PMs iniciaria o curso ainda na formatação antiga, para acelerar a conclusão.
Esses PMs atuariam nas UPPs da Maré, cuja instalação está suspensa devido à crise. Procurada por volta das 20h de ontem, a assessoria da PM informou que não poderia se manifestar em virtude do encerramento do expediente.


Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/por-falta-de-alimentos-curso-de-formacao-de-policiais-do-rio-so-vai-funcionar-em-meio-expediente-18995835.html#ixzz44aELTaiP

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