Dizem por aí que mentira é como uma bola de neve: quanto mais rola, mais engrossa. De repente, sem mais nem menos, Bangu se tornou o local onde nunca faz frio; a Lapa, antro de fanfarrões e gente disposta a entornar o copo; e a Barra, coitada, um centro futurístico de amplas avenidas, sem calçadas ocupadas. Neste 1º de abril, provamos que isso tudo — e mais um pouco — é mentira. Em Madureira, tem até sambista reforçando que o bairro não é (apenas) dos tamborins. Diante das pistas do Parque Madureira, Tia Surica, da Portela, trocou o chapéu de bamba por um capacete para provar que a região também é point de skatistas. Verdade!
— Isso aqui é espaço de tudo. Vem até gente de fora. Não tenho ciúme. Sabendo dividir, dá tudo certo — admite Surica, de 74 anos, ressaltando que gosta de reunir um público diverso nas feijoadas que prepara, todos os primeiros sábados do mês, na quadra da Portela (veja mais informações sobre o evento de amanhã na página 21): — Madureira é o paraíso. Sou do tempo em que o chão era de terra e a gente andava de carroça. O skate é uma novidade. Mas eu gosto de me atualizar. A sorte é que meu bairro também é moderno!
Para os que ainda não acreditam no discurso da baluarte, a orientação é olhar novamente para a foto ao lado. Não é mentira: em Madureira, tem muita gente disputando espaço para surfar sobre rodas. Até Tia Surica.
Madureira: só toca o ritmo (e a cultura) do samba
Vá ao Parque Madureira. Certamente haverá skatistas na área destinada aos esportes radicais. Desde que a área de lazer foi inaugurada, o bairro se estabelece como o melhor point da cidade para a prática do surf sobre rodas. Não à toa, o lugar já sediou, por três vezes, o campeonato mundial Bowl Jam. Até Tia Surica, da Portela, aprovou. É para fazer cair o queixo de qualquer sambista. Parque Madureira: Rua Parque Madureira s/nº, Madureira — 3228-6938. Ter a dom, das 5h às 22h. Livre.
Lapa: espaço exclusivo da boemia
Provamos que a noite do bairro não é feita só de festas e badalação. Para aqueles que gostam de música clássica, hoje tem um programão: a Orquestra D'Auvergne, da França, apresenta um repertório com números de Johann Sebastian Bach, Alban Berg e João Guilherme Ripper, na belíssima Sala Cecília Meirelles (na foto). Sala Cecília Meirelles: Rua da Lapa 47, Lapa — 2332-9223. Sex, às 20h. R$ 40 (estudantes e idosos pagam meia-entrada). Livre.
Centro: lugar agitado durante a semana
Durante a semana, em meio ao caos de rotinas apressadas no Centro, dá para tirar um tempinho de relaxamento. Alguns arriscam até a proeza de dormir em silêncio. O centro de terapia Pausadamente (na foto) dispõe de cabines individuais com poltronas reclináveis e som ambiente para quem quer tirar um cochilo. No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a biblioteca reúne sabedoria e calmaria. Os menos atentos acabam fechando os olhos entre uma página e outra de um livro. CCBB: Rua Primeiro de Março 66, Centro — 3808-202. Qua a seg, das 9h às 21h. Grátis. Livre. Pausadamente: Rua Sete de Setembro 88, sobreloja 202, Centro — 2232-8227. Seg a sex, das 11h às 20h. Cabines de soneca: R$ 20 (20 minutos), R$ 26 (30 minutos) e R$ 30 (40 minutos).
Bangu: bairro onde não faz frio
Quem mora em Bangu sabe que o clima pode ser ameno por lá. Mesmo nestes dias de calor, dá para sentir frio. No Parque do Mendanha, além dos 1.400 hectares de área verde, há uma piscina natural (e gelada). Topa encarar? Ou vai vacilar? Parque Natural Municipal do Mendanha: Estrada Guandu do Sena s/nº, Bangu. Ter a dom, das 8h às 17h. Grátis. Livre.
Niterói: o melhor da cidade é a vista para o Rio
A afirmação acima traduz apenas uma intriga jocosa entre os moradores dos municípios vizinhos. Os conhecedores da Cidade Sorriso sabem que Niterói ostenta belas paisagens. Quem sobe o Costão de Itacoatiara é privilegiado com um visual arrebatador de toda a extensão da praia. A foto acima comprova. Praia de Itacoatiara: Avenida Beira-Mar s/nº, Itacoatiara, Niterói.
Barra: ninguém ocupa a calçada
Os bares da Olegário Maciel têm causado um burburinho sobre as pedras portuguesas da Barra. Mesmo em reformas, o Void não deixa de vender cerveja (R$ 6, a long neck) ao público que dá pinta por lá. Neste domingo, a partir das 11h, rola exposição de artes plásticas e música com DJ, a partir das 11h. Tudo na rua! Ali perto, a Mestre-Cervejeiro oferece rótulos de tulipa raros ( de R$ 14 a R$ 270). À noite, o Bar 399 reúne uma galera que está a fim de entornar o copo. As tiras de mignon com molho madeira, gorgonzola e batata chips saem a R$ 58,50 (servem três pessoas). Bar 399: Av. Olegário Maciel 231, Barra — 3496-1731. Seg a sex, das 16h às 2h. Sáb, das 11h às 5h. Dom, das 11h às 2h. Mestre-cervejeiro: Av. Olegário Maciel 451, Barra — 3177-1452. Seg a sex, das 14h às 22h. Sáb, das 11h às 22h. Void: Av. Olegário Maciel 130, Barra — 3507-9107. Qua a sáb, das 11h às 4h.
Copacabana: restaurantes da orla são para gringos
É difícil encontrar um lugar em que não tenha turistas estrangeiros na orla de Copa. No Irish Pub, porém, cariocas têm sido maioria. Em tempos de crise, a dose dupla de caipirinha e caipivodca por R$ 13 (de segunda a sexta, das 18h às 21h) tem agradado brasileiros. Todos os dias (exceto quarta), à noite, uma banda se apresenta com rock internacional. Irish Pub: Avenida Atlântica 3.056, Copacabana — 3253-2811. Diariamente, das 10h às 2h. Couvert musical: R$ 10 (seg a sex) e R$ 15 (sáb e dom).
Leblon: só restaurantes caros
Há comida barata no metro quadrado mais caro do país. No Cantinho do Leblon, o prato executivo custa R$ 21, de segunda a sexta. A refeição pode ser acompanhada de filé de frango, carré ou linguiça, tendo como guarnição arroz, feijão e batata frita. Cantinho do Leblon: Rua Dias Ferreira 482, Leblon — 2294-0946. De seg a sex, das 11h30m à meia-noite. Sáb e dom, das 11h30m à 1h30m.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/no-dia-da-mentira-derrubamos-alguns-mitos-do-rio-de-niteroi-18993273.html#ixzz44a1aRAnB
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