Petição online reuniu 4 mil assinaturas pedindo demissão de diretor de faculdade que aparece na foto; ele renunciou ao cargo.
Uma foto mostrando um grupo de amigos sorridentes e um morador de rua com uma corda no pescoço vem causando revolta no México.
A polêmica está gerando discussões sobre a sociedade mexicana e já fez com que alguns dos envolvidos se demitissem. Um inquérito também foi aberto para investigar o caso.
O grupo que aparece na foto divulgou uma carta à comunidade com um pedido de desculpas, dizendo que o morador de rua se aproximou deles para pedir ajuda, já com a corda amarrada.
Um dos que deixou o emprego após o escândalo foi Pedro Quezada Vázques, que aparece à esquerda da foto. Na quarta-feira, ele apresentou sua renúncia como diretor acadêmico da Universidade Xochicalco, uma faculdade particular na cidade.
Uma petição online publicada no site Change.org reuniu mais de 4 mil assinaturas pedindo sua renúncia.
"Obviamente a Universidade reprova e rechaça qualquer atitude que atente contra a moral e os direito humanos", disse à BBC Mundo David Castro, porta-voz da faculdade.
"Conheço (Pedro) muito bem. Acho que é uma situação muito triste na qual ele se viu envolvido. Sua conduta sempre foi correta e exemplar."
Também pediu demissão de seu cargo Verónica Casillas, defensora pública da cidade. O homem que aparece segurando a corda é Francisco Argüelles, dono do restaurante Los Carbones. A BBC Mundo tentou entrar em contato com ele, mas não foi possível.
A Comissão Estadual de Direitos Humanos do Estado está investigando o caso. "No momento que ficamos sabendo, abrimos imediatamente uma queixa de ofício", disse à BBC Mundo Heriberto López, subprocurador da Comissão Estadual de Direitos Humanos da Baixa Califórnia.
Ele explicou que não há dúvidas sobre a autenticidade da foto nem da identidade das pessoas que aparecem nela.
Origem
A imagem apareceu pela primeira vez na terça-feira à noite no portal de notícias Plex.
Segundo Ricardo Meza, responsável pelo site, um conhecido do "ambiente governamental" lhe enviou a foto, mas pediu que seu nome não fosse divulgado para evitar represálias.
"A foto teve um forte impacto; há uma onda de indignação em todos os níveis", afirmou Meza.
Em Enseada, o caso revoltou os moradores, e muitos disseram que isso é um reflexo de um mal que impera na sociedade mexicana. Casos como esse não são inéditos no país.
Nos últimos anos, histórias que ficaram conhecidas como "Ladies de Polanco","Ladies Profeco" e "Lady Chiles" são exemplos de situações que acabaram gerando polêmica em casos registrando abusos a policiais, empregadas domésticas ou estabelecimentos privados.
"Essa foto reflete uma idiossincrasia mexicana que estamos arrastando desde nossa raiz", disse à BBC Mundo, Paula, uma moradora de Enseada.
"As pessoas agora estão muito preocupada com 'eles', com os que aparecem na foto, os culpados. Quando na verdade o gene da discriminação está no sangue do mexicano."
"Essa foto traz à tona um classismo asqueroso que presenciamos diariamente. Tomara que esse escândalo gere mais consciência na coletividade mexicana.
Na carta de desculpas públicas divulgada pelo grupo (além dos já citados Pedro, Francisco e Verónica, assinam também Mary Medina, Carlos Cruz, Minerva Borja, Lupita Guerrero e Verónica Casillas), eles afirmam que:
"Saindo de um centro noturno havia uma pessoa que já trazia uma corda no pescoço e que estava caminhando pelas ruas e que se aproximou de nós no estado em que se vê na foto, pedindo ajuda."
"A interpretação que está sendo feita nos meio de comunicação está fora de contexto, já que nunca houve má intenções, muito menos de humilhação, por nenhum dos que aparecem na foto"
O grupo que aparece na foto divulgou uma carta à comunidade com um pedido de desculpas, dizendo que eles estavam .
"Saindo de um centro noturno havia uma pessoa que já trazia uma corda no pescoço e que estava caminhando pelas ruas e que se aproximou de nós no estado em que se vê na foto, pedindo ajuda. (...) A interpretação que está sendo feita nos meio de comunicação está fora de contexto, já que nunca houve má intenções, muito menos de humilhação, por nenhum dos que aparecem na foto."
G1
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