Somente o vereador Sebastião Vitral dos Santos Furtado, o Santinho Furtado, votou contra o salário de R$ 970. Ele disse que a emenda que reduz os vencimentos drasticamente é demagógica, e que em todos os anos que atuou na política, nunca viu uma situação parecida, onde os vereadores recuam da própria proposta de dobrar o salário e ainda o reduzem para o mínimo.
Pelo projeto original, ou seja, sem emenda, os salários dos vereadores subiriam de R$ 3,4 mil para R$ 7,5 mil. Do presidente da Câmara iria de R$ 4.09 mil para R$ 8.5 mil. Do prefeito subiria de R$ 14, 7 mil para R$ 22 mil, e do vice de R$ 8,5 mil para R$ 13,5 mil.
Com a emenda aprovada nesta quarta-feira, os salários ficaram assim: vereadores R$ 970, presidente R$ 970,00, vice-prefeito R$ 970, e prefeito R$ 12 mil.
Ainda na sessão desta quarta, o presidente da Câmara Valdir Domingos de Souza anunciou que o projeto que previa o aumento do número de vereadores de 9 para 13, e que seria votado na próxima semana, foi retirado definitivamente. “Vamos continuar com apenas nove vereadores. O projeto está retirado”, afirmou.
Apesar da grande e barulhenta manifestação pública, o presidente da Câmara conseguiu se impor e, educadamente, dar continuidade à sessão. Alguns vereadores tentaram justificar a pretensão de dobrar os salários, mas as vaias encobriam suas vozes. O vereador Claudio Domingues, o Cação, aproveitou para “lavar a roupa suja” e entregou o vereador Francisco Faustino Proença Junior, o Chiquinho, de bandeja à população.
“Foi o vereador Chiquinho quem sugeriu subir os salários para R$ 7,5 mil. Só que depois, ele ‘amarelou’ e não apareceu para votar”, disse.
Cação também partiu para cima do vereador Aguinaldo Roberto do Carmo, dizendo que ele só sabe criticar o prefeito. “Ele só fala mal do prefeito, talvez seja porque está de olho na cadeira dele nas próximas eleições”, disse.
O vereador Chiquinho procurou argumentar dizendo que a Câmara tem suas regras e que é preciso cumpri-las. Ele também esboçou um elogio à atitude popular, mas nem assim escapou das vaias do publico presente.
O projeto que previa dobrar os salários chegou a ser aprovado em primeira votação, ocorrida em sessão extraordinária, na segunda-feira, 13. Mas a população não deixou barato e começou a se organizar através das redes sociais para impedir que o aumento fosse aprovado em segundo turno, que ocorreu no final da tarde desta quarta-feira.
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