Grávida de cinco meses, a agente de aeroporto Rafaela Alves Pereira, de 28 anos, vive outro sentimento além da ansiedade comum na gestação: o medo. Diagnosticada com trombose venosa profunda na perna direita, ela precisa de um home care (assistência médica domiciliar). Como o serviço não foi autorizado pelo plano de saúde, ela entrou na Justiça contra a Unimed. Porém, mesmo com a liminar determinando o fornecimento do serviço, Rafaela segue sem o tratamento necessário.
— Hoje, para meu filho estar bem, eu preciso ficar bem. Mas o que me tira do sério é a incerteza — lamenta Rafaela, que será mãe de Benício.
Rafaela descobriu o coágulo no dia 18 de fevereiro, aos quatro meses de gestação, quando deu entrada no Pronto Atendimento da Unimed após acordar com fortes dores na perna. Nos três dias de internação, ela recebeu o medicamento Enoxaparina Sódica, de 80mg. Quando teve alta, o cirurgião vascular pediu a continuação do tratamento, mas diminuiu a dosagem para 60mg. Ela precisa de duas injeções por dia. A caixa com duas seringas custa R$ 120.
— Na emergência, a médica mencionou a necessidade de home care. Quando tive alta e fui ao cirurgião, ele solicitou o home care e explicou os riscos — lembra ela, que chegou a rifar caixas de cerveja com o marido, o jornalista Alexsander Fernandes, para angariar fundos para os remédios.
Na liminar do dia 11 deste mês, a Justiça determinou que a Unimed implementasse em 12 horas o home care para a aplicação do medicamento por profissional de enfermagem e acompanhamento clínico/obstétrico, sem limitação temporal, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Dia 12, a multa foi alterada para R$ 5 mil por hora.
Em nota, a Central Nacional Unimed informa que foi notificada pela Unimed Rio sobre a liminar e que já tomou as providências necessárias. A operadora diz que a empresa contratada agendou para a manhã de hoje a disponibilização aos serviços de home care, “bem como todo o tratamento que se fizer necessário à manutenção da saúde da beneficiária e do feto”.
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