quinta-feira, 31 de março de 2016

'Meu bebê nunca foi para casa', diz mãe que pede home care há um ano

Uma moradora de Ceilândia, no Distrito Federal, luta na Justiça desde o ano passado para conseguir o serviço de home care (assistência domiciliar) para o filho que nasceu com paralisia cerebral por falta de oxigênio no cérebro. Antônia Gomes, de 27 anos, deixou o emprego para cuidar da criança. Segundo ela, Arthur, de 1 ano e 7 meses, nunca foi para casa. "Vamos ter que morar no hospital. Não tenho condições de contratar os equipamentos", diz.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o processo para contratação de assistência intensiva em casa para o menino já está finalizado, aguardando a assinatura do contrato por parte da empresa ganhadora da licitação.
Segundo a mãe de Arthur, a Defensoria Pública pede o home care para a Secretaria de Saúde desde abril do ano passado. "O GDF nunca cumpre os prazos da Justiça. A última ordem do juiz concedendo o direito do Arthur saiu dia 29 de fevereiro. Até agora nada aconteceu."

A família, que mora na Expansão do Setor O, diz que o bebê nunca conheceu a própria casa. Desde o nascimento, a criança está internada na ala de pediatria do Hospital Regional de Ceilândia. O sonho de Antônia é que Arthur possa conhecer o quarto montado para ele.
"Faltou oxigênio para ele na hora do parto, infelizmente. Ele é meu único filho. Quanto mais tempo ele fica no hospital, maior o risco de pegar mais alguma infecção. Sem falar que eu deixei a minha casa, fico o tempo inteiro com ele."
A mãe acredita que, com a assistência domiciliar, o estado de saúde da criança possa melhorar consideravelmente. "O Arthur estará em família. Minhas irmãs vão poder me ajudar, vai ser ótimo. Ele vai ter o carinho de todo mundo e não vai se sentir sozinho. Às vezes eu troco com algum familiar no hospital e o meu filho não dorme, chora sentindo minha falta", conta.
Questionada sobre o atraso na instalação dos equipamentos, a Secretaria de Saúde informou  que a previsão é que Arthur vá para casa dentro de 15 dias. Enquanto isso, ele seguirá internado, com a ''assistência necessária que o caso requer.''

Atualmente, 38 pacientes são atendidos pelo home care pela rede pública de Brasília. Outros nove, incluindo Arthur, aguardam a finalização do processo para começar a receber o serviço.

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